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‘Vá, e não minta mais’

Fundador de Navegos, réu em ação movida contra o jornalista Yuno Silva, acusando de falsificar a verdade, relata conversa que teve com a notória pedagoga do sítio Janipapeiro, doutora em letras e aguerrida feminista de Nísia Floresta, testemunha única de acusação.

*Franklin Jorge

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Acordei nesta segunda-feira com a douta pedagoga do sítio Jenipapeiro com a boca colada ao meu pé de ouvido.  Afirmava a sra Rejane de Souza não guardar de mim nenhum rancor, apesar da má notoriedade que lhe fora  conferida pela revista colaborativa Navegos, por mim criada e editada. Esqueceu-se a proba cidadã de que essa ‘má notoriedade decorre de sua performance em juízo e do audiovisual que reproduz sua vexaminosa participação em audiência na 13a Vara Cível, quando foi ouvida pela juíza Rossana Alzir Diógenes de Macedo na última terça-feira, 22. Uma verdadeira aberração, segundo pessoas da área jurídica, jornalistas, artistas e leitores que se deram ao esforço de ouvir seu depoimento confuso e desconexo, vazado em um vocabulário indigno de alguém que quer se passar por autoridade em letras pedagógica jornalística e literária. Autora de uma admirável memória seletiva, a ponto de afirmar ter esquecido de uma entrevista que dera ao repórter cultural da Tribuna do Norte, lembrava-se ao mesmo tempo de fatos mais irrelevantes, em seu afã de condenar profissionais honestos, de aparecer e de parecer letrada, ressalvando sempre que fora Revisora do jornal Tribuna do Norte, como se isto significasse alguma coisa para o jornalismo, uma instituição altamente hierarquizada na qual o revisor não apita nada. A grácil criatura chegou ao desplante de atribuir letalidade à mera leitura de uma manchete de jornal, fato jamais registrado nos anais da história do jornalismo em qualquer época ou latitude e que só podia ter saído de cabecinha tão cacheada.

Católica praticante confessa e autodenominada grã especialista na vida e na obra da escritora e educadora Nísia Floresta, a sra Souza não gostou da repercussão de seu engenhoso e criativo depoimento em juízo reproduzido em Navegos no último dia 22, quando intentou criminalizar jornalistas de renome, como Yuno Silva, a quem acusou de atribuir-lhe depoimento publicado no Caderno Viver do jornal Tribuna do Norte. Num determinado momento de seu desconexo e questionável depoimento,  fez a própria juíza rir, sem dúvida, de seu excesso de imaginação e desrespeito à inteligência das pessoas presentes. De fato, como depoente, a doutora em letras é um saco cheio de ventosidades e não se sustenta por ausência de credibilidade. Diz o que lhe ditam o delírio e a imaginação, sem medir as palavras e sem compenetrar-se das consequências que decorrem do falso testemunho. Algo sobremodo gravíssimo quando praticado por uma educadora, ou seja, por alguém que supostamente se habilitou a instruir jovens. O que seria sem dúvida uma perversão da pedagogia, que em princípio teria um outro propósito, mais provido de fé e mérito.

Desprovida de saberes e ignorando a existência do pensamento lógico, achou por bem, ao privar um idoso do sono e admoestar-me,  sem conhecer de fato a questão na qual se enredou, pareceu-me, por entusiasmo ou levada pelo intuito de estrear em juízo. Dirigiu-se a mim, em sua comunicação, transcrevendo informação sobre o uso impróprio de fotografia e qualificando a publicação de uma foto sua como ‘’invasão de privacidade’’, sem levar em consideração que a foto a que se referia fora coletada do Google numa publicação pública sem restrição legal.

Portanto, sua alegação não tem fundamento. Chamei sua atenção, portanto, para tal equívoco de sua douta sabença. Fiz-lhe ver, no caso em questão, que suas fotos estão disponíveis no Google sem nenhuma ressalva de restrição, por tratar-se de pessoa pública. Ora, teria cometido algum crime, tivesse se eu publicado foto sua defecando ou se entregando a jogos genésicos; aí, sim, teria cometido crime de invasão de privacidade. Não foi o caso…

O fato é que a insigne pedagoga e douta estudiosa da vida e da obra de Nísia Floresta Brasileira Augusta – esta, sim, formadora de jovens -, sentiu-se a autora de obras de pesquisa  exponenciais ofendida, não porque sua credibilidade ruíra e sua aura caíra na lama no exato  momento em que produziu em juízo aquele depoimento desmoralizador e imaginoso sobre um domínio técnico que ela, apesar de sua imensa autoconfiança e vaidade que beira a morbidez, acha que tem.

Observem sua performance, como testemunha principal e única em uma ação cível que está dando o que falar, nos meios jurídico, jornalístico e cultural do RN. Observem com atenção e voltem o audiovisual de seu depoimento e voltem a observar de novo sua performance desastrosa: o depoimento da sra Rejane de Souza desmoraliza quaisquer suspeitas de que seja ela autoridade em alguma coisa, nessa ou em qualquer outra questão que exija labuta intelectual,  conhecimento notório ou alguma expressão de honestidade, e, por extensão, que seja alguma vez, mesmo com a nossa boa vontade,  autoridade digna de fé prestante em um tribunal.

Pacientemente a ouvi, inclusive quando ela se fingiu de Madre Tereza de Calcutá ou de Irmã Dulce, ao declarar sem nenhum propósito que tem respeito por mim e que, apesar de ter-me prestado grandes favores, retribuí  arrancando-lhe a máscara  ao publicar seu depoimento para o julgamento dos leitores da revista Navegos – foi o que pude deduzir com muito esforço de sua confusa articulação -; e que, apesar de minha ingratidão, só me desejava um bom dia.

Quis saber que favores seriam estes a que aludia de cara tão limpa e deslavada e ela, sabendo que mentia mais uma vez, nada revelou da natureza desses favores e das consultas de caráter cultural que lhe fizeram, não sabia quando nem porquê. Limitou-se em seu cinismo a informar que tinha todos os meus e-mails arquivados. Pedi-lhe encarecidamente que mos enviasse com a devida urgência, sob pena de, às suas mentiras anteriores acrescentar mais esta. Ela permaneceu calada e muda, sem tugir nem mugir diante de minha insistência, talvez por saber que voltara a mentir, desta vez em caráter privado, posto que o seu depoimento prestado em juízo pode ser consultado na 13a Vara Cível ou através de publicação que fiz em Navegos para que não pairassem dúvidas sobre a sua desonestidade intelectual.

Despedimo-nos, por fim. Eu, lembrando-me de sua fama de católica praticante, referindo-me à liturgia da Santa Missa, a abençoei paternalmente, como convém a um velho, com estas palavras: ‘’Vá, e não minta mais’’. E ela, em penitência ou num ato falho, pois o mentiroso sempre se incrimina, retrucou em português pedagógico: ‘’Tá certo’’…