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Venerando bandidos

Colaboradora de Navegos aborda tema ainda obscuro, o amor que algumas mulheres nutrem por bandidos e o prestigio que gozam os criminosos em geral, inclusive os que militam na política.

*Nadja Lira

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As pesquisas realizadas neste período que antecede as eleições presidenciais, asseguram que o descondenado Lula Molusco figura em primeiro lugar na disputa. Eu não acredito na veracidade destas pesquisas, por uma simples razão: O descondenado não consegue andar pelas ruas como faz seu oponente, nem mesmo na cidade de Garanhuns, seu lugar de nascimento. Também acho muito estranho, o fato de neste meu Brasil Varonil, ainda haver uma viva alma que tenha coragem de votar neste sujeito cachaceiro, mentiroso e que por pouco, não retirou o nome do nosso País do Mapa Mundi.

Durante algum tempo fiquei procurando explicação para o fato de as pessoas valorizarem bandidos, como os estupradores, ladrões e políticos corruptos. A veneração que algumas pessoas dispensam ao descondenado, não é inédita na História da Humanidade. São inúmeros os casos nos quais as pessoas sentem uma atração doentia por criminosos.

Depois de muito pesquisar, descobri que esta veneração por criminosos é uma doença que especialistas classificam como Hibristofilia, e ela mais comum do que pode imaginar a nossa vã filosofia. John Money, psicólogo e sexólogo neozelandês foi o primeiro estudioso a se debruçar sobre o tema da Hibristofilia. Segundo ele, as mulheres são as pessoas mais suscetíveis a esta anomalia, apesar de não haver até o momento, uma explicação para o fato.

A literatura está recheada de histórias envolvendo o chamado Amor Bandido – onde mulheres se apaixonam por criminosos sexuais, namoram e casam com eles. Quanto mais violento for o crime praticado pelo sujeito, maior interesse vai despertar nas mulheres propensas à Hibristofilia.

Na história da Crucificação de Jesus Cristo, por exemplo, o povo escolheu libertar Barrabás, um bandido, salteador, perturbador da ordem pública e homicida. De acordo com os textos bíblicos, Pôncio Pilatos não encontrou qualquer razão para condenar Jesus. E assim decidiu: “lavo as mãos do sangue deste justo”. E o povo optou pela condenação de Jesus Cristo.

Existem muitos casos deste distúrbio presentes no nosso cotidiano, e a gente nem se dá conta. Um desses casos é o do goleiro Bruno. Acusado de matar Eliza Salmudio, ele era casado com Dayanne Rodrigues, de quem se separou após o crime. Mesmo preso, encontrou uma mulher corajosa e disposta a dividir a vida com ele: a dentista Ingrid Calheiros.

Outro caso que considero chocante, ocorreu na década de 90, quando o então ator Guilherme de Pádua juntamente com a esposa Paula Thomaz, assassinou a atriz Daniela Perez. Guilherme foi condenado a 19 anos de prisão, dos quais cumpriu seis e foi solto por bom comportamento. Livre, já casou duas vezes. E eu fico pensando: Como existem mulheres corajosas neste País! Dormem com o inimigo e não sentem um pingo de medo!

Ainda na década de 90, o nome de Francisco de Assis Pereira, foi um dos mais comentados nos noticiários nacionais. Ele ganhou notoriedade como o Maníaco do Parque – depois de assassinar sete mulheres e atentar contra a vida de outras, em um parque, em São Paulo. Condenado a mais de 280 anos de prisão por crimes de estupro, atentado violento ao pudor, estelionato e homicídio, o Maníaco do Parque tornou-se recordista em recebimento de cartas de mulheres, que se diziam apaixonadas por ele. Acabou casando com uma das suas admiradoras, da qual se separou tempo depois.

Em Natal, na década de 60, a população vivia amedrontada pelas ações de um bandido que atormentava a vida dos cidadãos, especialmente à noite. João Baracho assaltava e matava principalmente os taxistas que trabalhavam no período noturno. Baracho, assassinava as pessoas, mas sempre conseguia fugir do cerco policial.

No dia em que finalmente foi preso, conseguiu serrar as grades da cela e fugiu, escondendo-se no bairro do Carrasco. Cercado pela PM, pediu água e abrigo a uma moradora, que negou. Morreu crivado de balas e por ter pedido água, acredita-se que morreu com sede. Por esta razão, hoje é considerado um santo e há quem assegure que ele faz milagres. Sepultado no Cemitério Público no bairro do Bom Pastor, todos os anos muitas pessoas visitam seu túmulo, levam velas e flores para agradecer pelos milagres recebidos.

Sempre achei que havia algo muito estranho na veneração que as pessoas dedicam à bandidos, criminosos e políticos corruptos, entre os quais e descondenado Lula Molusco, no que eu estava coberta de razão. Está provado, portanto, que pessoas boas da cabeça, que não sofrem de distúrbios mentais e de Hibristofilia, jamais votariam em um sujeito da estirpe do descondenado. Pior para Janja, que ainda tem que aguentar o bafo de 51.