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Visita à Casa de Pedra

Escritor e Sócio do Instituto Histórico e Geográfico do RN leva o leitor de Navegos às ruínas de sítio histórico que remonta à povoação da antiga Provincia do Ryo Grande.

*Carlos Roberto de Miranda Gomes

Aproveitando o veraneio em Cotovelo fizemos uma visita a um local histórico de Pium – A Casa de Pedra construída pelos franceses para depósito de pau Brasil em 1570, depois incorporada ao acervo do francês João Lostão Navarro que a transformou em depósito de mercadorias, conforme Carta de Data nº15, de 1º de março de 1601, concedida por João Rodrigues Colaço, acrescentada a outras sesmarias que o mesmo já possuía, onde teve morada de 1603 a 1645. Essa construção recebeu outras denominações como Porto de Búzios, Casa Forte de Pirangi e Casa da Praia do Porto Corado (ao tempo da Companhia das Índias Ocidentais – invasão dos holandeses).

Esse monumento arquitetônico, com cerca de 338m2 tem enorme importância histórica por ter sido das mais antigas construções em alvenaria do Brasil, utilizada como armazém e forte, onde Lostão dava proteção aos cristãos perseguidos por Jacob Rabi, em decorrência do que foi preso na Fortaleza dos Reis Magos e de lá levado para Uruaçu onde foi trucidado juntamente com outros cristãos católicos, sendo declarado mártir da Igreja, sendo meu parente por parte de mãe, segundo pesquisa em meu poder.

De lamentar o absurdo descaso do Município de Nísia Floresta por essa construção secular da engenharia brasileira, pois o acesso é um risco – verdadeira aventura pela sua irregularidade e dimensão do acesso que comporta somente uma viatura – verdadeiro caminho só para animais.

É preciso que os órgãos de turismo acrescentem a Casa de Pedra de Pium em uma de suas atrações turísticas da região, fazendo um caminho que permita fácil acesso e atraia a população e visitantes para tão belo lugar, de onde se avista os limites marítimos entre a curca de Pirangi à de Ponta Negra – rota dos holandeses.

Este meu comentário não significa uma simples crônica, mas um verdadeiro Memorial para pedir o reconhecimento desse lugar extraordinário como de importância histórica singular.

Conclamo as populações de Nísia Floresta e Parnamirim, a PROMOVEC e outras entidades interessadas no resguardo da história, particularmente a Secretaria de Turismo do Estado do Rio Grande do Norte, o Conselho Estadual de Cultura e o Instituto Histórico e Geográfico do RN para tomarem uma providência definitiva e urgente sobre essa histórica Construção.

Enquanto isso não acontece solicito a atenção dos moradores e veranistas de Cotovelo e Pium para visitarem esse monumento histórico.

FOTOS: Lívio Oliveira.